Já é amplamente reconhecido que o exercício traz inúmeros benefícios e, dentre eles, a melhora do sistema imune, porém evidências demonstram que exercícios de alta intensidade sem a devida recuperação podem associar-se a efeitos adversos sobre a resposta imune, levando à imunossupressão de atletas.
Como acontece a imunossupressão
A imunidade, que é dividida em inata e adaptativa, nada mais é do que a capacidade do organismo de reconhecer um agente estranho e promover uma resposta contra ele, sendo que esta tem sido conceitualmente dividida em imunidade inata e adaptativa. A imunidade inata representa uma resposta rápida a um número grande, mas limitado, de estímulos, sendo a primeira linha de defesa do corpo. Em contraposição a resposta imune adaptativa depende da ativação de células especializadas, como os linfócitos, agindo como uma segunda linha de defesa.
Nesse sentido, a imunossupressão é uma condição em que ocorre redução da eficiência do então sistema imunológico. Nos últimos anos, uma diversidade de estudos demonstraram uma diminuição da imunidade tanto inata quanto adaptativa em atletas durante períodos de treinamento intenso e competição, bem como durante o período de recuperação do exercício, ocasionando assim o aumento do risco de infecções. Esses riscos são codependentes de fatores que regulam a função imunológica genética, estado nutricional, estresse psicológico, ritmo circadiano interrompido e estressores ambientais (temperaturas extremas, alérgenos, irritantes das vias aéreas).
Estratégias para evitar
Diversas estratégias podem ser aplicadas de forma a evitar a imunossupressão de atletas, tais como:
Modulação do estresse, principalmente através da melhoria da qualidade do sono, garantindo pelo menos 7 horas por noite de sono, com prática e otimização da higiene do sono (limitar a exposição a telas, celulares, luzes brancas);
Oferecer valor calórico adequado de acordo com a demanda do indivíduo, de forma a evitar déficit calórico;
Consumo de, pelo menos, 50% da ingestão diária de energia como carboidrato, além de promover a ingestão adequada de proteínas (1,2-1,6g / kg de massa corporal / dia).
Por fim, a suplementação de alguns micronutrientes também pode ser eficiente. As recomendações giram, principalmente, em torno de 1000 UI/dia de vitamina D e o acetato de zinco em pastilhas em torno de 75 mg/dia, que podem influenciar diretamente as funções das células imunológicas, regulando a expressão gênica além de desempenhar papéis importantes na síntese de nucleotídeos e ácidos nucleicos.
Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, segue algumas sugestões de leitura:
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