Pensar na longevidade nunca foi tão importante como nos dias de hoje. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida tem aumentado progressivamente nos últimos anos, pois dados demonstram que em 2019, tínhamos cerca de 1 bilhão de pessoas com 60 anos ou mais e prevê-se que este número pode aumentar para 1,4 bilhão em 2030 e 2,1 bilhões em 2050, podendo aumentar ainda mais e de forma mais acelerada nas próximas décadas, especialmente nos países em desenvolvimento.
Conceituando a Inflamação
A inflamação apesar de seu conhecido papel fisiológico fundamental como mecanismo de defesa contra infecções ou moléculas estranhas, quando se torna sustentada e prolongada, torna-se prejudicial ao organismo. A Inflamação é um processo decorrente da ativação de células imunes e não imunes que protegem o hospedeiro de bactérias, vírus, toxinas e infecções, através da eliminação dos patógenos e reparação e recuperação tecidual. Porém, a presença de certos gatilhos sociais, psicológicos, ambientais e biológicos, pode desencadear na resposta exacerbada de outros componentes da inflamação sistêmica crônica que envolve níveis elevados persistentes de citocinas capazes de ativar o sistema imune inato e adaptativo, que pode desencadear doenças, como, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer e a doença renal crônica.
Inflamação e envelhecimento
A inflamação crônica que acompanha o processo de envelhecimento difere em intensidade, duração e possivelmente na composição das citocinas. Existem diversos mecanismos possíveis associados a esta inflamação crônica como: a produção persistente de moléculas reativas por leucócitos infiltrantes destinados a matar patógenos que eventualmente danificam os elementos estruturais e celulares dos tecidos e, a produção de citocinas que amplificam ou modulam a resposta inflamatória.
Causas da Inflamação
A inflamação é um processo multifatorial, ou seja, necessita de um conjunto de componentes para acontecer, dentre eles podemos destacar, a exposição à poluição, tabaco e o estresse crônico principalmente pensando em fatores emocionais. A desregulação do sono também é um fator de destaque, em que pode aumentar marcadores inflamatórios como interleucinas, PCR e redução da sensibilidade da insulina. O sedentarismo acompanhado de aumento do consumo energético, principalmente associados a padrões alimentares, com alto consumo de alimentos ultraprocessados conhecidos por serem ricos em açúcares, sódio, gordura trans, causando consequentemente a obesidade com deficiências de micronutrientes bem como alterações da microbiota intestinal, são todos fatores que também contribuem para o desenvolvimento de inflamação.
Estratégias para o controle da inflamação
Primeiramente, é fundamental o gerenciamento do estresse, podendo utilizar-se de ferramentas como meditação, em seguida temos a incorporação da prática de atividade física, principalmente os exercícios controlados. Outra estratégia importante é a modulação da qualidade do sono, principalmente através da promoção da higiene do sono, que consiste em diminuir a exposição a luzes de eletrônicos como celular e televisão, no período que antecede o sono, pois ela é responsável por causar reduções na produção da melatonina, além de ter uma rotina para auxiliar na regulação do ciclo circadiano. Contudo, à restrição calórica, é uma intervenção que também pode reduzir potencialmente a inflamação, ativando mecanismos de eliminação de danos celulares no envelhecimento.
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